sexta-feira, 25 de julho de 2014

Helicobacter pylori - A Bactéria do Estômago



Boa Noite Leitores assíduos do BioBlog. Recentemente percebi como os muitas pessoas sofrem de gastrite. Resolvi pesquisar sobre o assunto e descobri que uma bactéria pode estar por trás da maioria das irritações gástricas. Ela se chama Helicobacter pylori. 


Sabendo disso, pensei comigo "Como esse ser minúsculo consegue habitar meu estômago com todo esse pH baixo?" Pesquisei um pouco sobre essa danada e vi que há muito tempo já existiam alguns estudos com essa bactéria. Desde o final do século XIX alguns cientistas tentavam estudar esses seres. Em 1899 o professor Walery Jaworski de uma universidade polonesa, evidenciou que em alguns sedimentos de lavagem gástrica, a presença de micro-organismos em forma de espiral. Ele foi o primeiro a sugerir que a presença dessas bactérias estava relacionada as doenças gástricas. Desde então foi verificada a presença desses patógenos em muitos pacientes com sintomas de doenças gástricas. Na década de 1980, Barry Marshall e Robin Warren, isolaram a bactéria em um meio de cultura especial e conseguiram provar que esses seres estavam relacionados com doenças gástricas. No entanto, a comunidade médica não aceitou a ideia por que não compreendiam como uma bactéria poderia habitar o meio ácido de nosso estômago. Sendo assim, Marshall ingeriu uma solução contendo H. pylori, tentando provar para todos seus estudos. Algumas semanas depois, ele fez uma endoscopia e foi percebido algumas alterações na sua mucosa gástrica e foram retiradas biópsias para validar o que foi encontrado. De fato eram as bactérias. Após o exame, Marshall começou a ingerir alguns antibióticos e em 10 dias estava curado. Então, desde 1994 os EUA lançaram uma nota indicando o uso de antibióticos para algumas doenças gástricas. O trabalho desses caras foi tão importante, que em 2005 os dois receberam o Premio Nobel em Medicina pelos seus estudos com H. pylori.

Tááá! Mas como essas bactérias sobrevivem no nosso estômago???

Primeiramente vamos falar da estrutura dela. Ela é possui forma de espiral, é gram-negativa, possui 3 micrômetros de comprimento e 0,5 de diâmetro. Tem de 4 a 6 flagelos unipolares e é microaerófila (precisa de oxigênio em baixas quantidades). Com seus flagelos, ela se adentra no muco gástrico e se adera as células epiteliais da muscosa estomacal. Elas possuem uma enzima que é a peça-chave na sua adaptação a vida no estômago. Essa enzima se chama Urease. Ela converte Ureia em Amônia e CO2. Pois bem, sabe-se que Amônia livre em qualquer ser vivo é extremamente prejudicial. Dessa forma a Amônia, além de propiciar um ambiente menos ácido para a bactéria (o que facilita e muito sua vida), degrada a nossa mucosa, o que implica os quadros de gastrite.

Estima-se que 2/3 da população mundial possuem essa H. pylori, no entanto ela é assintomática para a maioria dos casos. A transmissão é dada por alimentos e água contaminados com a bactéria. O tratamento é a base de antibióticos e antiácidos para o estômago e uma readequação alimentar (evitar alimentos gordurosos, com muitos condimentos e bebidas ácidas, como café e refrigerantes). O diagnóstico é dado por meios invasivos e não invasivos. O método invasivo é através de uma endoscopia, onde o médico fará uma punção do material em suspeita e este será submetido a testes para reconhecimento da bactéria. O método não invasivo é o teste da Urease, onde o paciente expira em um aparelho que mede a concentração de Amônia. Se ela estiver anormal, será considerado portador da bactéria. Os sintomas são dor no estômago após comer, refluxo gastroesofágico, queimação e sensação de estar com o abdome estufado.



Abaixo vão algumas fotos dessa bactéria.





Helicobacter pylori em verde






É dona Bactéria só você causa as ulceras! 




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