sexta-feira, 25 de julho de 2014

Helicobacter pylori - A Bactéria do Estômago



Boa Noite Leitores assíduos do BioBlog. Recentemente percebi como os muitas pessoas sofrem de gastrite. Resolvi pesquisar sobre o assunto e descobri que uma bactéria pode estar por trás da maioria das irritações gástricas. Ela se chama Helicobacter pylori. 


Sabendo disso, pensei comigo "Como esse ser minúsculo consegue habitar meu estômago com todo esse pH baixo?" Pesquisei um pouco sobre essa danada e vi que há muito tempo já existiam alguns estudos com essa bactéria. Desde o final do século XIX alguns cientistas tentavam estudar esses seres. Em 1899 o professor Walery Jaworski de uma universidade polonesa, evidenciou que em alguns sedimentos de lavagem gástrica, a presença de micro-organismos em forma de espiral. Ele foi o primeiro a sugerir que a presença dessas bactérias estava relacionada as doenças gástricas. Desde então foi verificada a presença desses patógenos em muitos pacientes com sintomas de doenças gástricas. Na década de 1980, Barry Marshall e Robin Warren, isolaram a bactéria em um meio de cultura especial e conseguiram provar que esses seres estavam relacionados com doenças gástricas. No entanto, a comunidade médica não aceitou a ideia por que não compreendiam como uma bactéria poderia habitar o meio ácido de nosso estômago. Sendo assim, Marshall ingeriu uma solução contendo H. pylori, tentando provar para todos seus estudos. Algumas semanas depois, ele fez uma endoscopia e foi percebido algumas alterações na sua mucosa gástrica e foram retiradas biópsias para validar o que foi encontrado. De fato eram as bactérias. Após o exame, Marshall começou a ingerir alguns antibióticos e em 10 dias estava curado. Então, desde 1994 os EUA lançaram uma nota indicando o uso de antibióticos para algumas doenças gástricas. O trabalho desses caras foi tão importante, que em 2005 os dois receberam o Premio Nobel em Medicina pelos seus estudos com H. pylori.

Tááá! Mas como essas bactérias sobrevivem no nosso estômago???

Primeiramente vamos falar da estrutura dela. Ela é possui forma de espiral, é gram-negativa, possui 3 micrômetros de comprimento e 0,5 de diâmetro. Tem de 4 a 6 flagelos unipolares e é microaerófila (precisa de oxigênio em baixas quantidades). Com seus flagelos, ela se adentra no muco gástrico e se adera as células epiteliais da muscosa estomacal. Elas possuem uma enzima que é a peça-chave na sua adaptação a vida no estômago. Essa enzima se chama Urease. Ela converte Ureia em Amônia e CO2. Pois bem, sabe-se que Amônia livre em qualquer ser vivo é extremamente prejudicial. Dessa forma a Amônia, além de propiciar um ambiente menos ácido para a bactéria (o que facilita e muito sua vida), degrada a nossa mucosa, o que implica os quadros de gastrite.

Estima-se que 2/3 da população mundial possuem essa H. pylori, no entanto ela é assintomática para a maioria dos casos. A transmissão é dada por alimentos e água contaminados com a bactéria. O tratamento é a base de antibióticos e antiácidos para o estômago e uma readequação alimentar (evitar alimentos gordurosos, com muitos condimentos e bebidas ácidas, como café e refrigerantes). O diagnóstico é dado por meios invasivos e não invasivos. O método invasivo é através de uma endoscopia, onde o médico fará uma punção do material em suspeita e este será submetido a testes para reconhecimento da bactéria. O método não invasivo é o teste da Urease, onde o paciente expira em um aparelho que mede a concentração de Amônia. Se ela estiver anormal, será considerado portador da bactéria. Os sintomas são dor no estômago após comer, refluxo gastroesofágico, queimação e sensação de estar com o abdome estufado.



Abaixo vão algumas fotos dessa bactéria.





Helicobacter pylori em verde






É dona Bactéria só você causa as ulceras! 




quarta-feira, 23 de julho de 2014

E se as plantas pudessem ouvir?


O Reino Vegetal, conhecido cientificamente como Reino Plantae, é composto por planta pluricelulares e eucariontes, ou seja apresentam núcleo organizado, todos os representantes são autotróficos, portanto, produzem o próprio alimento através de um processo conhecido como fotossíntese.

Este Reino conta com aproximadamente 300.000 espécies conhecidas, divididos em 4 grupos, as Briófitas, Pteridófitas, gimnospermas e Angiospermas.


Fig. 1- Arabidopsis thaliana - angiosperma
Fonte:http://mips.helmholtz-muenchen.de/plant/athal/







Ta mais Idaí???

O site I fucking love science (http://www.iflscience.com/plants-and-animals/plants-can-hear-themselves-being-eaten) no dia 4 de julho publicou  uma novidade impressionante!

De acordo com um estudo inovador na área  (http://link.springer.com/article/10.1007/s 00442-014-2995-6/fulltext.html) uma pequena planta cujo o nome cientifico é Arabidopsis thaliana (fig.1), são capazes de ouvir as vibrações que as lagartas provocam ao mastigar suas folhas, ainda de acordo com o artigo elas podem ouvir o perigo claro e alto e a partir desse estimulo  esse organismos são capazes de responder lançando defesas químicas.
 "A via de sinalização vibração complementaria as vias de sinalização conhecidos que dependem de sinais voláteis, elétricos, ou floema-borne. Sugerimos que a vibração pode representar um novo mecanismo de sinalização de longa distância em interações planta-inseto que contribui para a indução sistêmica de defesas químicas." (APPEL, 2014)

Ainda de acordo com Appel, A. thaliana produz três principais classes de defesas químicas em quantidades superiores seguintes danos causados ​​por insetos: glucosinolatos (GSS:. Mewis et al 2005 ), as antocianinas polifenóis (ACs:. Ferrieri et al 2013 ), e um conjunto de compostos voláteis (Snoeren et ai. 2,010 ).

Alterações em plantas que aumentem a resistência à herbivoria pode ocorrer no local dos danos, ou sistemicamente em locais distantes do ataque (Karban e Myers 1989 ). Alimentação (do inseto) localizada provoca indução de defesas químicas em tecidos danificados por vários mecanismos propostos, incluindo moléculas de sinalização que se movem dentro da planta (Pearce et al. 2.008 ), transporte aéreo de voláteis de folhas (Frost et al. 2.007 , 2.008 ; Heil e Silva Bueno 2007a ), e os sinais elétricos (Mousavi et al. 2.013 ; Fromm e Lautner 2007 ;. Van Bel et al 2011 ).Sinais vibracionais são susceptíveis de complementar outros sinais de que as plantas recebem de herbivoria; No entanto, nenhum destes mecanismos foi mostrado para transmitir sinais para todas as partes da planta tão rapidamente como as vibrações mecânicas (10-100 m / s; Cocroft e Rodriguez 2005 ).Verificou-se que as plantas podem tirar proveito dessa fonte rápida e esquecido de informações sobre herbivoria para produzir uma resposta sistêmica, através da percepção das vibrações mecânicas produzidas pela alimentação.

Fig.2 - A lagarta responsável por mastigar as folhas de  Arabidopsis thaliana 
Fonte:http://www.iflscience.com/plants-and-animals/plants-can-hear-themselves-being-eaten


 'Espionagem' entre plantas pode ser possível,  os elementos  voláteis utilizados pelas folhas verdes servem para sinalização interna na planta, mas  pode ser percebida pelas plantas vizinhas (Karban et al. 2.006 ; Heil e Silva Bueno , 2007a , b ). Vibrações podem viajar de planta para planta por meio de conexões entre  raízes ou caules (Cokl e Virant-Doberlet 2003 ), e mesmo através do ar entre as folhas que estão dentro de poucos centímetros (Eriksson et al. 2.011 ). Sob essas condições, as vibrações geradas pela mastigação  de uma lagarta poderia alertar plantas próximas à presença de um herbívoro.


Veja o vídeo: http://vimeo.com/99635253

LEIA MAIS & REFERENCIAS:
http://www.iflscience.com/plants-and-animals/plants-can-hear-themselves-being-eaten
http://link.springer.com/article/10.1007/s00442-014-2995-6/fulltext.html
http://gizmodo.uol.com.br/plantas-conseguem-ouvir/
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos4/gimnospermas.php
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4xK-Ksr5CjfS7nq_14xI-0N7g0IM93H392Uz24DH_ksOy6oHwdfIvKqJ06XShQBW6-kKBarSvaBmgbf27RVvdFZ4p5nSZRDlHRx7XO5ewRpJZ7cJvgY0tUBhy2AOkOWTBK-nROXSAe456/s320/pinha%5B1%5D.jpg
http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos4/araucarias.jpg
http://vimeo.com/99635253
http://www.nature.com/nrg/journal/v3/n2/fig_tab/nrg730_F1.html
http://mips.helmholtz-muenchen.de/plant/athal/

sexta-feira, 18 de julho de 2014

A Febre Chicungunha

Foram registrados, aqui em Maringá , casos de uma doença nova, ou melhor, nova por aqui, porque em outros países como os da Ásia e da África, já são realidade. É uma doença causada por um vírus do gênero Alphavirus, e é transmitida aos seres humanos, através da picada de um mosquito do gênero Aedes, principalmente Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue.

A febre chicungunha, inicialmente, apresenta os mesmos sintomas da dengue, como febre acima de 39º que inicia repentinamente, dores nas articulações dos pés, mãos e dedos, dores musculares, dores de cabeça e  manchas pelo corpo. O que difere a dengue da febre chicungunha , é o tempo que duram esses sintomas, no caso da primeira doença, o tempo de prostração é de até duas semanas, já a outra, os sintomas podem durar de 6 meses até um ano.

Os casos registros em Maringá, é de um casal que esteve no Haiti. A Secretária de Saúde do Estado Paraná, teme que doença de espalhe pelo país, devido as condições ambientais que são propensas ao desenvolvimento da doença. E temos mais um bom motivo, para combater os criadouros do mosquito Aedes aegypti. No Brasil, foram confirmados 17 casos da doença e todos os afetados, foram infectados fora do país.

 Lembrando, que nossa cidade registrou esse ano uma epidemia recorde  de dengue dos últimos anos, segundo o jornal Gazeta do Povo, foram registrados 869 caso da doença, em abril desse ano e 3.453 notificações. E eu , a autora desse texto, engrossei as estatísticas de casos confirmados da dengue. É a pior sensação do mundo, agora imaginem ter dores por todo o seu corpo, indisposição, febre alta por 6 meses....Não dá, né? Então, vamos lá, conscientizar e combater ao mosquito da dengue.

 

sábado, 12 de julho de 2014

Caducarvore! Árvores sem folhas

Meses de inverno no Brasil, podemos notar várias árvores que ficam caducas (sem folhas). Alguns leigos acham que a árvore está morrendo. Mas na realidade ela está se preparando para passar por um período de tempo bem rígido. 

Estamos num período de frio e seca na região Centro-Sul do Brasil. Nessa região Biomas como Mata-atlântica e Cerrado são agraciados com espécies de árvores que perdem as folhas. A caducifolia é a capacidade que a planta possui de se desfazer dos seus principais órgãos que realizam fotossíntese (folhas)  para que a perda de água pela evaporação seja nula, dessa forma ela preserva água nos períodos secos onde a disponibilidade da mesma está baixa. Essa habilidade é vista em diversas espécies de Angiospermas. 
Na América do Norte, no Outono, algumas espécies, como Faias, Abetos e Carvalhos perdem suas folhas. O sinal do início da perca, é a coloração alaranjada que as copas obtêm. Formando um grande espetáculo para quem vê.

Mas no Brasil temos espécies assim?

Bem, não temos espécies que produzem aquele aspecto. Mas um conjunto dessas espécies, se apresentam em dois tipos de Ecossistemas. Eles são chamados de FES (Floresta Estacional Semidecidual) e FED (Floresta Estacional Decidual). 

Mas o que significa essas siglas? 

Estacional, significa que a floresta está localizada em uma região que possui duas estações bem definidas durante o ano. Uma seca e fria e outra quente e úmida (a velha história que você ouvia de que o Outono as folhas caem e os frutos ficam maduros, de que no Inverno deve fazer frio e chover muito, de que na Primavera as flores desabrocham e que o Verão é seco e quente, é uma verdade verdadeira só nos EUA). 

Semidecidual, significa que há perca de 20% a 50% das folhas da formação florestal durante a estação seca.
Decidual, significa que mais que 50% das folhas da formação florestal são perdidas durante o período de estiagem.

Claro que dentro dessas espécies, algumas perdem, parcialmente suas folhas (as vezes não dá para perceber, mas elas estão trocando as folhas, como a Sibipiruna).

Algumas espécies caducas são o Ipê-amarelo, rosa, roxo e o branco, Cedro, Tipuanas, Sibipirunas e Angico.




 Foto de um Cedro caduco (coitado, sem folhas).



Foto de um Ipê sem folhas.




Fontes: http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/cobf/V5_Floresta_Estacional_Semidecidual.pdf
http://www.projetoentreserras.com.br/2012/08/mata-atlantica-ecossistema-2-floresta.html

 



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Extinção? O que é isso ?

 

 

Extinção? O que isso?

Essa semana estava assistindo num programinha de quinta, um biólogo falando sobre espécies ameaçadas de extinção, e ai me veio na ideia: “os telespectadores não entende o porque devem lutar contra a extinção de uma espécie “....Pois é, eles(os telespectadores) nem entendem o que é espécie.O objetivo de falar sobre que aquele animal deve ser preservado, surtirá mais efeito quando o for esclarecido a importância desse para o ambiente. Infelizmente, a ignorância é o resultado de um interesse pelo assunto preservação de espécies que nunca foi estimulado. No entanto, caro leitor, cabe a nós biólogos, estimularmos esse conhecimento e esclarecer os motivos da luta contra a extinção.
Pois bem, o que é extinção? – Segundo o dicionário Michaelis, extinção é o desaparecimento total de uma espécie- Mas é só isso? Pode ser então que uma espécie desapareça e só? Por que tenho que proteger esses indivíduos ameaçados?Assim quando temos a chance de falarmos sobre preservação, proteção ambiental, luta contra a extinção, temos que esclarecer que um ser vivo, seja ele qual for, está conectado com outro ser vivo e se um deles se extingue, essa conexão é interrompida e todos que fazem parte desse rede são afetados.Parece simples, e você que está lendo esse texto está pensando isso. No entanto, tal ação explanadora não acontece, fica um cara que diz que entende do que está falando, sendo entrevistado por um ser humano que acha que está arrasando com a temática levantada. Mas não vou ser tão dura assim, pelo menos cutucaram um pouquinho sobre tal assunto. Sem mais delongas, amigos biólogos, vamos tentar sermos mais claros, para que as pessoas que estão nos escutando, saiam entendidas sobre o que foi discutido?

É isso ai galera Bioblog...Hasta la vista ! 

 

 

 

 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Vou ser Biólogo. Você está pronto?

Muitas vezes fazemos coisas, sem saber o motivo. Já se
perguntou por que você faz Biologia? Sem a resposta dessa pergunta estamos caminhando para uma vida profissional sem a base necessária que precisamos para chegar em algum lugar


O Curso de Ciências Biológicas sem dúvida é muito amplo e também muito difícil. Já vi muita gente começando a fazer o curso sem saber se realmente que ama o curso (é necessário amar para fazer esse curso). Em geral, essas pessoas fazem por hobby, ou por que viram algum programa sobre animais na TV. Existe também os casos de pessoas que se aprofundam tanto no curso que acabam descobrindo que não é a sua praia (admiro muito essas pessoas, é necessário muito conhecimento sobre si mesmo para chegar a essa conclusão). No entanto, quando eu era calouro, senti falta de ter alguém que pudesse me orientar sobre as áreas da Biologia que eu poderia seguir quando me formasse.

Neste post vou tentar dar algumas dicas para iniciantes no curso (e até, para quem já passou da metade do curso), sobre as áreas que o biólogo pode trabalhar. No meu ver são três áreas: Docência, Pesquisa e Consultoria Ambiental. Cada área é magnífica e muito desafiadora. As três me surpreenderam e há muita coisa para aprender de cada uma.

Docência: Apesar da maioria não gostar ou achar que é um trabalho desgastante e que não é bem remunerado, essa é uma das áreas mais desafiadoras. Você precisa ser criativo o suficiente para conseguir prender atenção dos alunos (disputando com facebook, whatsapp e outras coisas), precisa ter uma oratória boa para ser entendido e fazer com que os alunos aceitem o que você está falando. E não sendo o bastante, tem que mandar muito bem na Biologia, pra não dar más aulas. Minha experiência com a docência, foi muito engraçada. Eu entrei no estágio, rezando para acabar logo às aulas e no final estava rezando para ter mais aulas, por causa da gratificação que é, lecionar! Preparar aulas, pesquisar assuntos que você estudou no primeiro ano e não se lembrava mais, tentar levar aulas engraçadas e inteligentes para os alunos, foram e são grandes desafios de todo professor. A recompensa é você olhar no rosto de um aluno e ver que ele entendeu sua matéria e que adorou ela.
Atualmente quem quer seguir essa área, esbarra com várias dificuldades (principalmente se for dar aula em escola pública), como baixos salários, alunos pouco interessados e falta de estímulo a se aperfeiçoar. No entanto, dá para ganhar bem, com até 5 anos de profissão. Muitos se tornam professores de cursinho e fazem seus stand-ups (que eu acho muito legal e necessita de muito preparo e criatividade do professor), ou vão dar aula no Ensino médio e formar diversos jovens para serem bons cidadãos.

Pesquisa: Essa é a mais escolhida pelos recém-formados biólogos. Por muitas vezes, o estudante entra nessa área nos primeiros anos, passa toda a graduação e encaixa um Mestrado stricto sensu logo em seguida. Essa área necessita de muita disciplina, força de vontade e persistência. Já vi amigos, fazerem pesquisas tão complexas, que precisavam ir na laboratório até de domingo. Tem que amar o que faz. Nessa área você utiliza o puro método científico, para provar alguma hipótese sobre algo que ocorre com algum ser vivo ou a interação dele com o meio que vive. É a área que mais biólogos procuram, no entanto a oferta de trabalho é baixa para a quantia de mão-de-obra. Apesar disso, acredito muito nessa área, por que é a partir dela que novos conhecimentos da nossa Biologia são formados.
Quem seguir essa área, pode trabalhar em instituições de ensino superior privadas ou públicas, (Universidades, Faculdades, Institutos Federais) ou entidades não-governamentais (ONGs, Núcleos de Pesquisas, Fundações de Conservação do Meio Ambiente). Em todos esses locais, o trabalho do biólogo é fazer ciência. Publicar novos estudos, pesquisar muito a área que gosta. Orientar novos graduandos de biologia e até dar aula para esses graduandos. Pretendo passar um tempo por essa área.

Consultoria Ambiental: Essa é a área mais nova, e por ser nova ainda causa incertezas para os biólogos (um tiro no escuro para os recém-formados). Apesar disso, é a área que eu vou querer seguir. Nos últimos dois anos tive uma experiência muito boa com essa área e me apaixonei por ela. Muitos biólogos não gostam dela, por que você acaba ficando materialista de mais (visa o lucro sem olhar a natureza), mas dá pra entrar num equilíbrio. Com a onda da Sustentabilidade, biólogos hoje podem trabalhar em empresas, como gestores ambientais e aplicar o nosso "lado biólogo" nas atividades dessas empresas. No entanto, dentro da graduação o acadêmico tem pouco contato com essa área.
O acadêmico que gostar dessa área, terá uma início de carreira bem difícil (mas o que não é difícil na Biologia?), como a maioria dos Cursos de graduação em Ciências Biológicas não possuem matérias relacionadas a área ambiental, o biólogo recém-formado deverá iniciar uma pós-graduação em Gestão Ambiental e fazer um Mestrado stricto sensu, para ficar especialista em alguma área (eu por exemplo, vou querer trabalhar com recuperação de áreas degradadas) e aí sim, ingressar em alguma empresa de consultoria ambiental ou abrir a sua própria. Logicamente, a área ambiental está em alta nos grandes centros (capitais), sendo que no interior do Brasil, ainda caminha lentamente. O mercado de trabalho é bastante saturado, por que há poucos clientes que contratam consultorias.

Sugiro que escolha bem a área que você queira seguir. Para isso aproveite o máximo sua graduação. Ela é o seu laboratório, você poderá errar nela sem muitas preocupações, pois o mercado de trabalho não perdoa erros.

Para isso abaixo vão algumas dicas minhas, de coisas que eu percebi nesses últimos cinco anos de graduação que estou fazendo

- Seja diferente da maioria: Por ano, vários biólogos se formam, imagina se você for igual a maioria. Você não terá  atrativos, coisas que te chamem atenção, essas coisas vão te garantir um emprego.
- Faça mais que duas atividades na faculdade: Se você não trabalha essa dica é ainda mais fácil! Certamente suas obrigações são passar nas matérias da faculdade e cumprir os prazos de um (PIC) Projeto de Iniciação Cientifica. Essa é a condição de vários estudantes de Biologia. Faça mais alguma coisa, participe do Centro Acadêmico, Empresa Júnior, Atlética, Comissão de formatura, Monitorias se na sua faculdade não existem essas coisas. Crie elas! Não fique parado a graduação passa muito rápido. As experiências que você vai acumular com essa terceira atividade, vão te completar como profissional!
- Converse com várias pessoas do seu curso: Sabendo as histórias, sonhos e objetivos, fica mais fácil de criar vínculos para depois da graduação. Acredite você vai precisar desses pessoas!
- Aproveite o seu curso ao máximo: Logicamente, que com essas dicas ainda dá para festar, aproveitar as coisas legais que a faculdade trás. (Biólogo também é filho de Deus).
- Estude muito todas ás áreas: Quanto mais conhecimento você adquire na graduação melhor será sua capacidade de resolver problemas sobre a Biologia. Estude por livros, evite slides.

Obrigado por lerem esse post :)




quarta-feira, 2 de julho de 2014

Harpias: as maiores aves de rapina



Uma das maiores águias conhecidas, a harpia é nativa das florestas tropicais das Américas. Além de ser uma das mas majestosas aves conhecidas, ela é também fundamental em seu habitat.

As harpias (Harpia harpyja) pertencem a Ordem dos Falconiformes e a Família dos Accipitridae e são excelentes predadoras, na verdade estão no topo de suas cadeias alimentares. No período pré-colombiano essas criaturas habitavam desde a Península de Yucatán, no México, até a mata Atlântica no Paraná, porém, com o desenvolvimento das cidades a extensão destes animais vem diminuindo, pois eles precisam de largas áreas de florestas para sua sobrevivência; diferentemente de outros animais nativos que podem conter um número relativamente alto de indivíduos em reservas de porte médio, as harpias, quando presentes, sempre estão em pequeno número - uma harpia a cada 30km².



As harpias ainda precisam de árvores altas para a confecção de seus ninhos. Seus ninhos são grandes, chegam a medir mais de um metro de diâmetro e são construídos de 27-43m do chão. Elas são monogâmicas e formam casais para toda a vida. os filhotes ficam com os pais até de 5-7 meses, mas podem continuar por perto até que se tornem caçadores in
dependentes (até 10 meses). Em um  período de 5-6 anos chegam a maturidade e voltam para a área onde nasceram, para procriar. Os casais tem ninhadas de apenas um filhote, e só fazem a postura de ovos a cada 2-3 anos.


As fêmeas podem ser até duas vezes mais pesadas que os machos (impressionantes 8kg para as fêmeas), e chegam a 2m de envergadura. Voam a até 80km/h, e são predadoras especialistas dos ambientes fechados das florestas tropicais/equatoriais. São diurnas e se alimentam de animais de porte médio, como macacos-prego, bugios e preguiças e até de alguns animais um pouco maiores, como alguns cervos jovens. Suas garras, assim como o bico, são negras, e podem chegar a medir 12,5cm de comprimento. Suas penas são negras, cinzas e brancas. Suas principais características são o topete na cabeça e as penas do pescoço que são mais eriçadas, o que lhe confere um visual diferenciado da maioria das outras aves de rapina.


É o pássaro símbolo do estado do Paraná e também do Panamá. Podem viver até 35 anos e ajudam no controle da população de macacos, que por sua vez predam os ovos de outras aves, portanto ajuda na manutenção do equilíbrio e da diversidade de espécies das florestas tropicais. Como tem preferência por animais de médio porte dificilmente geram problemas a pecuaristas e donos de granjas e embora sejam territorialistas só costumam atacar humanos para defender os seus filhotes.  



Se alguém tiver interesse em ouvir o pio da harpia: https://www.youtube.com/watch?v=WqQ2BtToGdI

Referências:
http://animaldiversity.ummz.umich.edu/site/accounts/information/Harpia_harpyja.html
http://www.blueplanetbiomes.org/harpy_eagle.htm
http://www.saudeanimal.com.br/extinto7.htm